As Ilhas Conhecidas
Faial, 18 de Junho de 2015 A última vez que estive na Horta foi há 14 anos, e era uma rua, de casinhas brancas alinhadas entre a massa negra da Espalamaca e o Monte Queimado, atrás das quais se erguiam fachadas severas de igrejas, como cenários de teatro feitos de papelão pintado. Cheguei de barco, e a marginal ondulava inquieta sob os meus pés de marinheiro de água doce. Pouco mudou, um hospital novo em vidro, já não há ruínas do terramoto de 98, um terminal marítimo de luxo. E no Porto Pim, Genuíno Madruga recebe os amigos à mesa, terminadas as aventuras de circum-navegação. Lá iremos. Para já, gozemos desta baía onde o mundo parece ter cabido numa aldeia, apertando-se os iates na marina, em cujo cais se continuam a pintar as insígnias dos veleiros. À noite, no Peter, encontram-se os velejadores, viajantes erráticos do mundo e dos espaços, de tez dourada e cabelos desgrenhados, à volta do gin. Acordo muito cedo, ainda não bateram as seis, e deixo-me ficar na varanda n...