As neves do Kilimanjaro
Dia 0.
Sábado, 8 Fev 2014
África. O próprio nome soa a algo imenso, impenetrável, quente, estranho. De África só vira os souks de Marraquexe e os picos do Atlas, sobre o Sahara, mas aí não ecoam os sons ancestrais, os estranhos cantos de animais e odores da noite tropical, os imensos espaços abertos.
Desta vez demandamos um lugar lendário que desafiou os geógrafos durante séculos - a existência de picos nevados na África equatorial, as míticas montanhas da Lua onde Heródoto colocou as nascentes do Nilo, uma estranha montanha a que também chamaram o Olimpo Etíope. A reputada British Geographical Society passou todo o século XIX a repetir que não era possível encontrar neves no Equador... E no entanto, o Kilimanjaro está lá à nossa espera, um dos maiores vulcões do mundo, um colosso que se ergue da savana da Tanzânia até aos 5895 metros, de gigantesca cabeça aplanada e coberta de glaciares.
Voamos de Lisboa, via Dubai e Nairobi. No último voo, pedimos lugares do lado esquerdo do avião, na esperança do o avistar. O céu está carregado de nuvens, há turbulência, chovia em Nairobi, perscruto a janela do avião em busca de um monte nevado, mas apenas se acastelam cúmulos no crepúsculo africano. De súbito, lá está ele, erguendo-se acima da altitude a que voamos, o cume branco totalmente descoberto. As neves do Kilimanjaro, lêramos, estão a desaparecer em grande ritmo, mas agora parece-nos tão branco, nevado, inacessível... Iremos pisá-lo?
Sábado, 8 Fev 2014
África. O próprio nome soa a algo imenso, impenetrável, quente, estranho. De África só vira os souks de Marraquexe e os picos do Atlas, sobre o Sahara, mas aí não ecoam os sons ancestrais, os estranhos cantos de animais e odores da noite tropical, os imensos espaços abertos.
Desta vez demandamos um lugar lendário que desafiou os geógrafos durante séculos - a existência de picos nevados na África equatorial, as míticas montanhas da Lua onde Heródoto colocou as nascentes do Nilo, uma estranha montanha a que também chamaram o Olimpo Etíope. A reputada British Geographical Society passou todo o século XIX a repetir que não era possível encontrar neves no Equador... E no entanto, o Kilimanjaro está lá à nossa espera, um dos maiores vulcões do mundo, um colosso que se ergue da savana da Tanzânia até aos 5895 metros, de gigantesca cabeça aplanada e coberta de glaciares.
Voamos de Lisboa, via Dubai e Nairobi. No último voo, pedimos lugares do lado esquerdo do avião, na esperança do o avistar. O céu está carregado de nuvens, há turbulência, chovia em Nairobi, perscruto a janela do avião em busca de um monte nevado, mas apenas se acastelam cúmulos no crepúsculo africano. De súbito, lá está ele, erguendo-se acima da altitude a que voamos, o cume branco totalmente descoberto. As neves do Kilimanjaro, lêramos, estão a desaparecer em grande ritmo, mas agora parece-nos tão branco, nevado, inacessível... Iremos pisá-lo?
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