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Arquitectura e "deep dish pizza"

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Mr. Beef é uma instituição de Chicago,  por onde os famosos passam para devorar a famosa Italian beef sandwich - Jay Leno é cliente incondicional.  A placa, bem visível em Orleans St., no bairro de Gold Coast, é um ícone bem conhecido aqui, mas o local pode deixar o visitante mais impreparado com algumas dúvidas. Afinal, é apenas um balcão corrido, de fórmicas a descascar, oposto a uma parede onde desfilam as fotografias autografadas das estrelas, uma porta para um anexo indicado "elegant dining room", no caso de haver dúvidas.  A cozinha é ali mesmo, o beef fumega, e as placas avisam logo o cliente atrevido: "água - 2 dólares,  água grátis: Lago Michigan,  ande para Leste". Não sei bem os trâmites, mas arrisco a tal Sandwich - "How you wann'it?" - lá pergunto as opções,  e ficamos pelos sweet peppers, e "wet" (devidamente mergulhada numa panela de molho). E wet é ela, um rolo de pão generosamente recheado de lascas de carne tenr...

Morning run in Chicago

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Windy city faz jus ao cognome quando sopra um vento cortante, glacial, que torna a percepção da temperatura vários graus abaixo da que os termómetros marcam. Amanheceu cinzento mas seco, e os arranha-céus não mergulham nas nuvens como ontem. Apresso-me para o pequeno-almoço no Tempo Café ,  um colorido "diner" onde os locais comem a todas as horas do dia e o serviço é familiar, com o solícito empregado a encher-nos logo a caneca de café,  as vezes que for preciso. O local está cheio e animado, entre famílias na ressaca do Halloween e engravatados apressados entretidos com o Sun Times. As eggwhite french toasts acordam um morto, mesmo o que era preciso para enfrentar o frio das 8 da manhã e correr até Lincoln Park, uma enorme tira verde que se estende a norte do centro, ao longo do lago. A praia tem o aspecto invernal, tristonho, de todas as praias fora de época, como actrizes decadentes. Recomecei a correr em Chicago. O vento na cara acorda-me, as sensações s...

Chicago, Chicago

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Chest. A reunião magna do American College of Chest Physicians é o mote e o pretexto para uma breve incursão em Chicago,  a tal do Al Capone e dos intocáveis de Eliot  Ness. É Outono, e num fim de tarde deixamos o super-mega-gigantesco centro de convenções de McCormick Place para ir ver o lago, ali mesmo ao lado. Diz a wikipedia que o Lago Michigan é o maior lago de água doce dos EUA e o 5º maior do mundo, tem 57750 km2, mede 494 por 190 km e tem uma profundidade média de 282 m. Muita água, portanto. Depois de sobrevoar o estado de Michigan, plano e castanho escuro lá em baixo, surge o contorno ligeiramente curvo da costa e a massa de água escura, a verem-se carneirinhos minúsculos, e passam longos minutos até surgir a outra costa e o aeroporto de O'Hare. A sul do centro da cidade estende-se uma zona de costa com parques e museus, dispostos à volta do Soldiers Field, um grande pavilhão de desportos que parece um ovni de vidro aterrado em cima de uma estutura greco-roma...

Viagem ao Império do Meio: epílogo

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Dia 17 - 19 Agosto A caminho do aeroporto de Pudong para embarcar no voo nocturno para Frankfurt, saio da China pelo futuro, no fabuloso comboio Maglev, que levita sobre a linha num campo magnético, atingindo os 430 km/h. Ao longo destes dias vi várias Chinas, desde a China imperial, cheia de rituais e pompa, nos imensos pavilhões da Cidade Proibida; a China antiga, poderosa civilização que construía muralhas de mil quilómetros e enterrava enormes exércitos de terracota para defender o outro mundo, em Xi'an; a China tradicional, dos Hutongs de Pequim aos pátios de Xi'an, da caligrafia, do Tai Chi, dos papagaios de papel e da cozinha riquíssima; a China natural, de paisagens clássicas, montanhas brumosas, jardins do paraíso, pavilhões reflectidos nos lagos; a China de Mao, cinzenta, na imensa praça Tian'anmen, nos vestígios infelizes da Revolução Cultural; a China capitalista, vertiginosa, nos arranha-céus de Pudong, nos centros comerciais apinhados e c...

Despedidas em Xangai

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Dia 16 -18 Agosto Manhã em Yuyuan Gardens, simpático jardim fechado da época Ming, labirinto de passagens, pavilhões, antigos Gingko-bilobas, dragões esculpidos e lagos de peixes vermelhos. Cá fora há um ruidoso bazar, com telhados esculpidos retocados para o turista e todo o género de comércio e souvenirs da China, desde os milionésimos guerreiros de terracota aos leques feitos em série e artefactos em jade e cloisonné. É preciso ignorar os vendedores de rolex que nos perseguem, fugindo para uma ruela onde ardem incensos e sorriem budas de todos os tamanhos: é um pequeno templo de monjas budistas. Esta é a zona velha da cidade,  muito mais chinesa que ocidental, mais tradicional e caótica. Daqui sigo de metro para People's Square, bem diferente da inóspita Tian'anmen de Pequim. Há um parque muito agradável onde se pode fugir ao calor, muita gente passeia ou joga às cartas. Numa zona sombreada parece acontecer um festival ou ajuntamento espontâneo de...

Da Concessão Francesa ao Bund

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Dia 15 - 17 Agosto Podia ter mudado de país ou de continente, de tal forma mudou a paisagem. A noite foi retemperadora, num 16º andar de onde se vêem os arranha-céus de People's Square e bairros antigos de 2 andares a lembrar vilas operárias. Está quente, mas não já os terríveis 40 graus noticiados no jornal, o céu azul, que aqui é raro. Ao pequeno-almoço reencontramos companheiros de viagem da Grande Muralha: Stuart, escocês de Durham, e Ryan, chinês de Hong Kong, ambos professores de inglês nessa cidade. Rumamos ao bairro da Concessão Francesa, a oeste, onde persiste um ar colonial, europeu, nas suas ruas de casas baixas sombreadas por plátanos, cafés, boutiques, galerias. Nos tempos da louca Xangai dos séculos XIX e XX, aqui havia verdadeiros enclaves ocidentais, as concessões, onde crescia a finança, negociava-se em ópio, sedas, chá, ao lado da decadência e da miséria dos bairros chineses, dos prostíbulos e das casas de ópio. A concessão francesa mantém u...

Madrugada nas nuvens

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Dia 14 - 16 Agosto A noite foi quase em claro, passada em condições de desconforto para lá do razoável,  numa cama de dormitório paga a peso de ouro. É um alívio quando chegam as 4 da manhã,  hora de levantar. Cá fora é noite escura, está amena e estrelada (porque raio não peguei no saco-cama e vim dormir para a rua?). Sente-se já movimento,  gente enrolada em capas, lanternas, como se algo estivesse para acontecer. A caminhada até Bright Top não é longa, meia hora de degraus, alguns respiram ofegantes. No alto, junto da estação meteorológica, vão-se juntando sombras e pequenas luzes frontais, enquanto se adivinha já para nascente uma ideia de luz rosada, muito ténue. Chega mais gente, a luz cresce, extende-se numa longa faixa, vão subindo nuvens em farrapos coloridos, todos se apertam numa estreita amurada para não perder o espectáculo. O sol não surge claro, mas entre as nuvens cor de laranja há um risco vertical de luz, que mergulha no leito de bru...

O Monte Amarelo

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Dia 13 -15 Agosto Huangshan é um dos maciços montanhosos mais famosos da China, eternamente envolto em brumas e inspirador da pintura e da poesia chinesas. É uma maravilha natural classificada pela Unesco e um dos Geoparques do mundo, devido às suas formações rochosas graníticas e invulgares efeitos da erosão. Chove 200 dias por ano e os nascer-do-sol com os picos sobre um mar de nuvens são lendários. O pequeno-almoço chinês está incluído no preço do Pine Ridge Lodge: chá preto, leite de soja, pãezinhos chineses de massa branca e arroz cozido aguado. Pelo sim, pelo não, vêm também umas tostas com doce. Wayne embrulha-nos também uma das baguetes com queijo que importa de Xangai (a farinha vem de França), porque sanduíches na China são como esquimós na praia. A preços módicos. A entrada no Parque, é claro, paga-se, e bem. Soma-se o teleférico e aí vamos nós pelos ares em direcção aos cumes graníticos. Pela entrada sul acede-se de autocarro ao Mercy Light Temple , ...

Viagem ao Huangshan

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Dia 12 - 14 Agosto Táxi matinal até à West Bus Station de Hangzhou, onde chegamos um pouco em cima da hora. Tudo é mais fácil na China quando se leva um papel com o que queremos escrito em chinês. Não há dúvidas e embarcamos no das 9.50 para Tangkou, no Huangshan, o monte amarelo, uma viagem de 3 horas e meia por auto-estradas bem cuidadas e com invulgar espaço para as pernas. Sucedem-se as colinas ondulantes com plantações de chá e matas de bambu, depois montanhas mais abruptas e rios profundos, até Tangkou,  pequeno amontoado de hotéis e restaurantes de baixa categoria, letreiros coloridos e traseiras decrépitas, no sopé do Huangshan. O Pine Ridge Lodge fica mesmo junto à entrada do Parque Nacional, no sopé da encosta, com os quartos simples numa "cottage" anexa a abrirem para uma mata fresca. Wayne Tong, o anfitrião, é chinês mas viveu na Califórnia desde criança, como transparece logo no sotaque e na cordialidade americana. Move-se com a familiarida...

O lago de Marco Polo

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Dia 11 - 13 Agosto Diz a lenda que Marco Polo visitou Hangzhou e se maravilhou com a cidade e o seu lago de 100 milhas e 12 mil pontes. Será um exagero medieval, mas a região inspirou imperadores e poetas, sobretudo desde que a dinastia Song se mudou para aqui, há 900 anos. As margens do lago e os seus edifícios têm sido continuamente tranformados, e não foram poupados nas revoltas do século XIX e na Revolução Cultural. Hoje, no entanto, o Lago Oeste mantém um encanto antigo e duradouro, como se os seus salgueiros e pagodes estivessem aqui há mil anos, pairando na bruma. Pequeno-almoço de french toast e cappucino (em Roma sê romano, mas pequeno almoço chinês não me convence mesmo...), a ganhar coragem para outro dia com os termómetros a subirem para perto dos 40. Apanhamos um barco pachorrento até à ilha Xiaoying, um jardim chinês de tranquilidade, com o seu pequeno lago interior onde crescem nenúfares e carpas - "uma ilha no lago e um lago na ilha". Do la...

Hangzhou

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Dia 10 - 12 Agosto De manhã sigo bem cedo para o aeroporto de Xi'an,  atravessando prédios a perder de vista e o trânsito a despertar. O voo da Hainan Airlines para Hangzhou, a pouco mais de 100 km de Xangai,  leva menos de 2 horas, eficiente e tranquilo. O fértil delta do Yangtze, o maior rio da China, espraia-se em meandros e afluentes. Hangzhou é outra cidade enorme, como parecem ser todas na China, apesar de francamente desconhecida no Ocidente. Resolvi no entanto seguir os conselhos de outros viajantes e passar aqui duas noites para conhecer o seu famoso Lago Oeste.   Aterramos num moderníssimo aeroporto, a lembrar Munique, seguindo de autocarro para a cidade. O ar escalda, mas é leve e claro, os campos cultivados lembram jardins, atravessamos canais e um larguíssimo rio de águas barrentas, antes de entrar em avenidas de altos prédios e canteiros impecáveis. Chicago nos trópicos? Um último táxi deixa-nos à porta do Mingtown Hostel, mesmo ao lad...

As mil estelas

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Dia 9 - 11 Agosto Pequeno-almoço europeu à sombra da amoreira do pátio. Na calma da manhã,  os viajantes dedicam-se quase todos a navegar no ciberespaço nos seus "smart gadgets", ainda que na China este seja bastante mais exíguo que em Portugal. Aqui os blogues e redes sociais são proibidas e o Partido mantém o olho aberto sobre os sites permitidos - não consegui aceder, por exemplo, aos jornais portugueses, esses antros de espionagem... O sol escalda enquanto caminhamos pelas ruas interiores, mais sombreadas, até à muralha sul de Xi'an, contornando o enorme bloco blindado que é a sede do governo provincial. Em pequenas praças reunem-se os habitantes, de variadas idades, a jogar dominó e Majong com grande concentração. O antigo templo de Confúcio data de há mil anos, quando a dinastia Tang presidia à glória da antiga Chang'an. No seu apogeu, a cidade muralhada tinha 7 vezes a sua dimensão actual, ainda assim grande, como o testemunham os 14 km de...

O exército de terracota

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Dia 8 - 10 Agosto Na China antiga, os imperadores mobilizavam centenas de milhares dos seus súbditos para levarem a cabo obras gigantescas que ficariam para a eternidade.  Alguns conseguiram-no de forma extraordinária, embora à custa de milhões de vidas. Na China moderna, outros milhões rumam a ver esses grandiosos lugares, num frenesim de máquinas fotográficas,  tablets e smartphones, consumindo a história como fast-food e levando para casa a proverbial recordação de produção industrial. O sitio arqueológico do Mausoléu do Imperador Qin Shihuang, que inclui o fabuloso exército de guerreiros e cavalos de terracota, tem todos esses ingredientes, os bons e os maus. Descoberto em 1974 e em contínua escavação desde então, é uma das imagens mais conhecidas da China e justamente património da humanidade. Com mais de 2200 anos, os milhares de figuras em tamanho real, muitas ainda por restaurar, são extraordinárias no detalhe e na expressão, como se pudesse...

Xi'an

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Dia 7 - 9 Agosto O comboio nocturno chega à estação de Xi'an pouco antes das 9 horas da manhã. A praça,  mesmo em frente às grandes muralhas da cidade, do lado norte, fornece outro banho de multidão e confusão de autocarros,  vendedores, grupos de viajantes, táxis, operadores de turismo e gente aparentemente sem fazer nada. Entramos no grande rectângulo da zona antiga, cercada por 14 km de muralha impecavelmente cuidada, que de antigo tem muito pouco já: cortam-no largas avenidas rodeadas de hotéis, bancos, gigantescos centros comerciais. Nas traseiras, as ruas mais pequenas são sombreadas por copas de árvores mas têm os passeios sujos atulhados de pequenos comércios,  motoretas, riquexós, gente que cozinha ou come animadamente. O Hostel 7 Sages fica perto e constitui outro oasis no barulho infernal de Xi'an: trata-se de uma antiga residência Ming, multiplicada numa sucessão de pequenos pátios interiores comunicando por portas em forma de lua cheia, qu...

Os 51 mil Budas e o comboio nocturno

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Dia 6 - 8 Agosto Datong foi outrora capital de um reino poderoso e a primeira sede do budismo na China. Toda a zona antiga está a ser restaurada, incluindo as suas ainda exensas muralhas, chinese-way: deita-se abaixo o que resta e faz-se tudo novo. Dois autocarros a 1 Yuan levam-nos através de bairros decrépitos, blocos estalinistas e trânsito caótico até ao que nos trouxe aqui: as grutas de Yungang, escavadas na rocha de um desfiladeiro há 2500 anos e ainda guardando muito do seu esplendor budista original,  nos milhares de imagens de Buda nas suas várias representações e de todos os tamanhos.  O local está um pouco "turistizado" nas grandes infraestruturas de acesso, incluindo um grande templo budista no meio de um lago e um moderno museu. Mas há grutas impressionantes, como a que guarda a maior estátua, alta de 17 metros e ainda revestida a esmalte colorido e dourado, ou outras que reproduzem pagodes e stupas esculpidas na rocha, repletas de detalhes e aind...

Adeus Pequim

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Dia 5 - 7 Agosto Hoje é dia de iniciação ao complexo sistema ferroviário chinês e suas peculiaridades. Abandonada a ideia de tomar um autocarro para Datong, reservámos bilhetes "hard-sitter", uma das categorias possíveis (e a mais barata,  mas única disponível). Existem depois os lugares "hard-sleeper", espécie de couchettes triplas em compartimentos abertos,  e os "soft-sleeper", mais luxuosos, mas dentro da estética ferroviária-anos-oitenta. Lá iremos. Antes houve tempo para visitar o Templo do Céu,  grande complexo imperial do periodo Ming situado a sul da Cidade Proibida e hoje integrado no belíssimo parque Tian Tan. Aqui o imperador, enquanto Filho do Céu,  vinha prestar sacrifícios pedindo boas colheitas para o seu povo. O grandioso Salão de Oração pelas Boas Colheitas ,  com os seus telhados triplos de azul celeste e profusamente decorado com o dragão (o Imperador) e a fénix (a Imperatriz), é o centro deste santuário, que não per...

A Grande Muralha

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Dia 4 - 6 Agosto Diz um velho ditado chinês que só aquele que já subiu à Grande Muralha é um verdadeiro homem. Hoje é esse dia,  e marco assim o aniversário a percorrer uma das mais extraordinárias obras da humanidade. Saímos para Jinshanling numa manhã carregada de humidade opressiva, numa pequena excursão que leva um grupo de 14 estrangeiros ocidentais, quase todos backpackers, apertados numa carrinha desconfortável. A viagem de 150 km leva cerca de 3 horas, atravessando o trânsito dos intermináveis subúrbios de Beijing, onde alastram extensas urbanizações e condomínios de luxo, como parecem indicar os painéis publicitários vendedores de sonhos. Mao já não mora aqui. As autoestradas acabam subitamente, atravessam-se avenidas em obras,  curvas de 90 graus, buracos enormes, a paisagem está em convulsão,  desviam-se rios e plantam-se novas florestas. O país parece estar em construção. O trânsito flui com a versão asiática do código da estrada,...

Cidade Proibida

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Dia 3 - 5 Agosto Difícil de descrever em poucas palavras, tantos são os adjectivos, números, records, edifícios, muros, portões, pátios, pavilhões, passagens, telhados, e tantos animais mitológicos, tectos coloridos, cornijas douradas, painéis esmaltados, dragões esculpidos, telhas amarelas, tijolos de barro escuro, lages de cerâmica, cedros centenários, inscrições de longa vida ao Imperador e à Imperatriz, porcelanas, móveis, pinturas, tesouros, jóias, adornos e relógios de valor incalculável. Difícil também desligarmo-nos das imagens magníficas de Bertolucci e do pequeno Pu Yi, coroado aos 3 anos no Salão da Harmonia Suprema ou a correr pelas longas alas da Cidade Proibida, com uma procissão de eunucos atrás. Em 1911, o imperador-criança, Filho do Céu e Senhor dos 10 Mil Anos passava a viver recluso na Cidade Proibida, enquanto lá fora Sun Yat-sen fundava a República da China... Nas palavras da Lonely Planet, em eras passadas o custo de entrar sem autorização na ...

Palácio de Verão

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Dia 2 - 4 Agosto A noite foi de insónia e jetlag, o que acabou por deitar por terra os planos de estar bem cedo à porta do Palácio de Verão. O dia hoje está muito mais abafado, a roupa começa a pegar-se ao corpo ainda não chegámos ao fundo da rua, mas o metro é fresco, até os corredores de acesso estão climatizados. Gente, muita gente. A China tem 1,3 biliões de almas, Pequim uns 19 milhões, e ao fim de 2 dias tenho a sensação de já me ter cruzado com uma boa parte delas. Pequim é inacreditavelmente grande, e tem multidões de turistas, quase todos chineses. E os turistas chineses fazem-se ouvir,  acotovelam-se, passam à frente nas filas, gritam pelos filhos, sentem-se em casa, são capazes de fazer a sesta nos corredores da Cidade Proibida e acham fundamental espalmar as mãos em todas as vitrines ou pedaços de arquitectura (hoje ocorreu-me se seria por isso que a cidade era proibida...). Facto curioso, deliram em posar para a fotografia ao lado de ocidentais, com ...